sábado, 28 de fevereiro de 2015

SusAna e o Rei

Quem me conhece há algum tempo, sabe o quanto eu amo ler e escrever. Sabe que eu leio de tudo e escrevo um pouquinho de tudo também.

Quem sabe dessas coisas, conhece minha paixão por Stephen King. Eu comecei a ler muito, muito cedo, então as histórias de criança ficaram pra trás mais rápido. Com 12 anos eu li a minha primeira história do Stephen King. Claro, eu já conhecia os filmes. Sim, aqueles filmes lado B bem ruins que até hoje me fazem amar filmes de terror ruim porque eles tem gostinho de infância! Tem gostinho de ficar acordada até tarde enrolada na coberta vendo "Sonâmbulos" e "O Iluminado".

"All work and no play makes Jack a dull boy"

Se você vai se perguntar, sim eu assisto filmes e leio livros estranhos desde pequena e sim, minha mãe se preocupava com isso... Mas fazer o que? Quando eu digo que crianças são estranhas, não é por que eu era diferente disso...

Enfim, lendo durante muito tempo, você acaba criando histórias suas. Pensando que aquela história poderia ter terminado de maneira diferente. Ou pensando que aquela situação da sua vida poderia ocorrer diferente. Ou simplesmente tirando uma situação louca da cartola! Então foi assim que eu comecei a escrever. E isso começou anos atrás. De lá pra cá eu comecei a escrever, escrevi muito, parei, me formei, casei, trabalho... E escrever ficou meio pra trás. Meio...

Ler e escrever são um vício que você nunca abandona completamente. Escrever é aquele cigarro escondido que você fuma pra comemorar que está há um ano sem fumar. Ou o chocolate pra comemorar o sucesso da sua dieta. Então, eu nunca realmente parei de escrever...

Algumas semanas atrás apareceu uma oportunidade. Uma coletânea de contos em homenagem ao seu, o meu o nosso Stephen King! Eeu pensei... "Ei, eu tenho uma coisa aqui que escrevi não tem muito tempo... Acho que se encaixa."

Então semana passada eu estava nas vizinhanças de Cthulhu e chegou o dia do resultado. E vi a seguinte imagem no facebook:

Em ordem alfabética eu to ali ó!

Ah! Nesse momento eu respiro fundo e tento me recompor. Eu não posso sair por aí pulando, pois eu pareço uma cenoura em miniatura com minha roupa de trabalho, facilmente identificável e alguém vai falar que eu surtei. Não que eu esteja muito longe disso, mas é bom evitar as histórias né? 

Com um plus! A coletânea será lançada em Português e Inglês com uma cópia enviada diretamente para nada mais nada menos que... STEPHEN KING!

Olha lá o Sr King lendo as nossas histórias! Tá não é isso, mas ele vai ler!!!

A minha história se chama Fronteira, em inglês ela será Borderland, e foi uma coisa que eu escrevi experimentando um pouco entre King e Palahniuk com um personagem masculino em primeira pessoa. 

Atentos para maiores informações! Abaixo tem a capa da versão em inglês.

<3


sábado, 7 de fevereiro de 2015

Eu, Ele, Um bilhão de maridos e um ralo de piscina

Inspire.

Inspire o máximo que conseguir. Essa história deve durar aproximadamente o tempo que você consegue segurar a respiração...

   Tá, agora por favor, não faça isso! Pode respirar normalmente, não quero ser responsável por você ficando roxo ou azul. Mas é assim que começa Vísceras (leia por sua conta e risco) e a primeira vez que li Chuck Palahniuk (no site dele, carinhosamente conhecido como O Culto, diz que se fala como Paula-Nick). Confesso pra você que eu tentei segurar a respiração e não consegui. Mas me peguei me torcendo na cadeira e dobrando meus dedinhos do pé de nervoso... E olha que eu nem tenho um pênis (leia e você vai entender)!

   Mas essa não foi a primeira vez que eu vi alguma história dele. Claro, teve Clube da Luta em 1999. Em que uma Susana com seus 12 anos (cacete, pra onde foi esse tempo todo!?), via esse filme do David que passou a ser um dos seus Davids favoritos no mundo todo! Nessa época eu já estava acostumada com os comentários sobre as coisas que gostava: "Credo! Que filme louco... Coisa horrível...". Nunca fui uma pessoa de gostar de coisas normaizinhas... Eu culpo a genética! Enfim... Como muitas pessoas que eu conheço, esse foi meu primeiro contato com esse Charles de sobrenome difícil. 

Sou só eu que quero contar meus piores segredos para esse cara? Acredite, não sou...

   Na semana passada, eu tive uma semana regada às loucuras dessa pessoa. Terminei um livro dele chamado Beautiful You. Para ler esse livro, ele passou pelas piores torturas literárias imagináveis: Ele leu as Sagas 50 tons de cinza e Crepúsculo (antes de me xingarem, levanto a plaquinha de sarcasmo). E escreveu uma comédia erótica EXTREMAMENTE ANATÔMICA. Descobri que algumas partes do meu corpo que eu nem sabia onde ficavam possuem nome e função! Tacou lá no meio do livro uma referência escrachada aos "Romances de Vampiro", e uma crítica sem vergonha a publicidade e mercado voltados para mulheres e como isso move o mundo. E acredite, isso não começa nem a dizer o quanto esse livro é louco. Corta para mim, gritando com o Kindle e batendo com ele na testa quando o livro estava a 2% de ser terminado. Segundo o próprio Chuck em entrevista "É um livro que eu só poderia ter escrito com meus pais mortos..."


"Um bilhão de maridos serão substituídos"

   No final da mesma semana, eu fui assistir à uma peça: Cachorro Quente. De João Fonseca e Sacha Bali, a peça é inspirada na história No Sufoco (do meu, do seu, do nosso Chuck!). A Sinopse é simplesmente a de um viciado em sexo que finge engasgar em restaurantes chiques para ganhar dinheiro e pagar as contas do hospital de sua mãe com  Alzheimer enquanto tenta descobrir a verdadeira identidade de seu pai com a ajuda de uma médica, que quer tentar um tratamento "revolucionário" a fim de melhorar a saúde da senhora.
   
   Se você gosta de humor negro e tem uma mente aberta (vários peitos e várias bundas estão em cena, não levem a vovó pra ver a não ser que ela seja muito Cool) tá aí uma peça que você não pode perder. O cenário é inteiramente composto por caixas de papelão, alguns brinquedos sexuais espalhados e pelo menos 6 cachorros quentes que são cuspidos de um lado para o outro do palco. Sério, vejam essa peça! Um apreço todo especial pela atuação super despojada deles em posições, digamos... Difíceis.


"O amor é besteira, sentimento é besteira. Eu sou um babaca e me orgulho disso"

   Se você, como eu, quando se encanta por um autor novo quer saber absolutamente tudo sobre ele, com Chuck Palahniuk você está feito. Eles tem entrevistas fantásticas e uma visão de mundo, carreira e vida de escritor super diferente e interessante. Recomendo essa entrevista dada a RolingStone onde ele fala sobre um pouquinho sobre o Brasil e essa entrevista emocionante ao Curious Animal sobre ser visitado em sonho pelo fantasma de seu pai assassinado 12 anos antes. 

   Um autor com uma vida tão interessante quanto as histórias que escreve. E que se você tiver o tipo certo de loucura em você, ele deixa de ser um autor e vira um vício. 

"Hi, my name is Susana and I'm a Chuck Addict..."